terça-feira, março 28, 2006

CARREIRA 18

Eléctrico da Carreira 18 na Rua Bernardino Costa, ao Cais do Sodré
© Foto de Luís Miguel Correia, 27-03-2006

Os Eléctricos da Carris, muito reduzidos no número de unidades a circular e de carreiras, são hoje uma verdadeira atracção turística e um dos mais bonitos ícones de Lisboa.
© Luís Miguel Correia, 2006

sexta-feira, março 24, 2006

CHIADO

Vaguear pelo Chiado

Um dos meus roteiros preferidos.
Descer o Chiado e rever o lugar e as pessoas com quem por aí andei em tempos...
1959...?
1958...?
Por essa época, como se fosse ontem.
Antes de mais, só com a minha Mãe - a Madalena mais bonita e inteligente que se possa conceber.
Quando os animais falavam e eu era filho único, isto é, antes de Maio de 1960, percorriamos os dois o Chiado num ritual de descoberta.
O táxi até ao largo de Camões, seguido de uma passagem pelas lojas: Vista Alegre, Paris em Lisboa, David's, a Benard - dos brinquedos, que o lanche era na Marques, a Saboia mais abaixo...
Na pastelaria Marques havia sempre um Indiano delicioso, de café ou chocolate e uma entrada fascinante com frascos cheios de doces coloridos. As mercearias eram escolhidas e encomendadas na Casa Jerónimo Martins, ao fundo da rua Garrett. Um balcão enorme, empregados distintos, muito educados e competentes, uma parede cheia de latas de bolachas todas iguais..., e uns caixotes de laranjas de Moçambique, embrulhadas em papel transparente, mesmo junto à entrada.
O chá era um pouco mais abaixo, já na rua Nova do Almada, na Ferrari, com os melhores batidos do mundo, chá a preceito e umas bolachas de manteiga como já não há. Noutro estilo, a padaria do Chiado tinha (e ainda tem) o melhor pão de forma... Os queijos eram comprados na charcutaria Martins e Costa, a meio da rua do Carmo, do mesmo lado da Elarka, sempre com uma porcelana alemã linda na montra, e da Casa Aguiar, em cuja cave me abastecia de amostras de tecidos a metro, oferecidos pelo Sr. Vasco Portas, e com que depois, em casa embrulhava o Gato Siamês e os brinquedos...

Texto e fotografias de Luís Miguel Correia – 2006



Imagens do Chiado: Rua Garrett; o Poeta e as gentes; em frente ao Paris em Lisboa;
artista de rua; vendedor de castanhas com o patrocínio da Compal.
O poeta Chiado, António Ribeiro de seu nome, é um repentista do século XVI, natural de Évora e falecido em Lisboa em 1591. A estátua do Chiado foi inaugurada a 18 de Dezembro de 1925. Foi feita em bronze pelo escultor Costa Mota (tio).

Fotografias de Luís Miguel Correia em 4 de Fevereiro de 2006


ELÉCTRICOS David Mourão Ferreira


(...)

cidade arcadas eléctricos

nesta imensa claridade

irmã gémea do mistério

Poesia de David Mourão Ferreira

Olhar e imagem de Luís Miguel Correia

AUTOMÓVEIS Pedro Tamen


Os automóveis

têm sentido

de não saberem

para onde vão

Verso de Pedro Tamen

Olhar e imagem de Luís Miguel Correia

IMAGENS DA CIDADE E DO RIO


Dois estilos de uma Cidade encantada pelo Tejo. A modernidade da Ponte Vasco da Gama e sua envolvente urbana. O Terreiro do Paço, Alfama e os Cacilheiros no mesmo vai-e-vem de sempre.

Texto e fotografias de Luís Miguel Correia

terça-feira, março 21, 2006

A MINHA LISBOA MARÍTIMA

Lisboa porto de mar, Lisboa cidade de navios.
Os cais e os seus utilizadores. A ligação à cidade.
Acompanho a evolução de Lisboa Marítima há mais de quatro décadas e fotografo os navios nos vários enquadramentos lisboetas desde Fevereiro de 1975.
Uma Lisboa feita de mudanças radicais ocorridas no período em referência: a especialização dos transportes marítimos , com a proliferação dos contentores como face mais visível; a agonia lenta da Marinha Mercante portuguesa; o desaparecimento dos paquetes de linha regular e o ressurgimento dos navios de passageiros com vocação turística. Os novos paquetes de cruzeiros.



A minha Lisboa marítima num olhar para além do tempo.

Entre paixão e memórias sem rumo determinado.

Fotografias de Luís Miguel Correia - 2005

AS VIAGENS AGORA...


Navio italiano COSTA VICTORIA atracado à Rocha do Conde Óbidos: as Janelas Verdes à direita da piscina (2 de Dezembro de 2005); Chegada do ORIANA à Estação Marítima da Rocha - pormenor da ponte de comando (10 de Novembro de 2005)

As viagens agora são tão belas como eram dantes
E um navio será sempre belo, só porque é um navio.
Viajar ainda é viajar e o longe está sempre onde esteve -
Em parte nenhuma, graças a Deus!


in ODE MARÍTIMA, Fernando Pessoa