Em Lisboa, mesmo ali de braços abertos para o Tejo, à Rocha do Conde de Óbidos, "9 de Abril" é o nome de um pequeno jardim panorâmico, às Janelas Verdes.
O topónimo lembra-nos uma data trágica associada à participação portuguesa na Primeira Guerra Mundial - a batalha de la Lys. A tragédia fica-se pela invocação, porque o lugar reune o melhor de Lisboa. Um espaço verde rodeado de tradição, aberto ao rio e aos navios, com a Margem Sul imponente a esconder Almada.
Para mim este espaço foi sempre o Jardim da Rocha. De mão dada ao meu querido Pai. Tantas vezes. Aos Domingos, viamos os navios, numa perspectiva privilegiada da doca de Alcântara, então repleta de navios, maioritariamente portugueses.
Havia sempre um dos grandes paquetes da Colonial, o SANTA MARIA, o VERA CRUZ ou o INFANTE DOM HENRIQUE, entre tantos outros. O FUNCHAL e o ANGRA DO HEROÍSMO, da Insulana, atracavam mesmo em frente durante as estadia entre viagens às Ilhas. Mas havia muitos mais, como os gémeos FUNCHALENSE e MADEIRENSE, com chegada marcada todos os Domingos, carregados de bananas. O ritual dos Domingos não se ficava por aqui. Faziamos apostas adivinhando o número de carruagens dos combóios da então Sociedade Estoril que passavam lá em baixo, na linha de Cascais.
O Jardim ainda lá está, rodeado de palácios e navios. Como o que se vê atracado na estação marítima da Rocha, o SAGA ROSE, que data de 1965 e foi inicialmente o SAGAFJORD da Norwegian America Line. Um paquete clássico a lembrar os grandes navios da Colonial e as muitas saudades associadas ao Jardim da Rocha.
Texto e fotografias de Luís Miguel Correia - 2006
UMA LISBOA MARÍTIMA VIRADA AO ATLÂNTICO. DA ROCA AO ESPICHEL, NUM FADO DE PALAVRAS, IMAGENS, CONTEMPLAÇÕES MÚLTIPLAS. (Copyright de Imagens e textos. Originais de Luís Miguel Correia sempre que não se refira o contrário. Contacto: m.s.funchal@gmail.com)
terça-feira, maio 30, 2006
segunda-feira, maio 22, 2006
BELAS ESTRELAS
Paisagem linda, ali junto ao Tejo, na margem Sul, onde a luz é mais tranquila. a merecer Camões, e muita felicidade...
Em um batel que com doce meneio
o aurífero Tejo dividia,
vi belas damas ou, melhor diria,
belas estrelas, e um Sol no meio.
As delicadas filhas de Nereio,
com mil cordas de doce harmonia,
iam amarrando a bela companhia
que, se eu não erro, por honrá-las veio.
Ó formosas Nereidas que, cantando,
lograis aquela vista tão serena
que a vida, em tantos males, quer trazer-me:
dizei-lhe que olhe que se vai passando
o curto tempo e, a tão longa pena,
o espírito é pronto, a carne enferma.
Soneto de Luís de Camões. Fotografia de LMC - 2006
Em um batel que com doce meneio
o aurífero Tejo dividia,
vi belas damas ou, melhor diria,
belas estrelas, e um Sol no meio.
As delicadas filhas de Nereio,
com mil cordas de doce harmonia,
iam amarrando a bela companhia
que, se eu não erro, por honrá-las veio.
Ó formosas Nereidas que, cantando,
lograis aquela vista tão serena
que a vida, em tantos males, quer trazer-me:
dizei-lhe que olhe que se vai passando
o curto tempo e, a tão longa pena,
o espírito é pronto, a carne enferma.
Soneto de Luís de Camões. Fotografia de LMC - 2006
domingo, maio 21, 2006
CAVALOS MARINHOS DA EXPO DE 1940
"Cavalos Marinhos", estátuas de pedra da autoria de António Duarte, construídas em 1940 quando da Exposição do Mundo Português e situados no Jardim da Praça do Império.
Estes cavalos sempre figuraram no meu imaginário de Belém, aos Domingos de manhã, mãos dadas com o meu Pai. E na altura havia patos, que fazem falta, por emprestarem uma maior humanização à paisagem.
Toda a zona onde se construiu o jardim foi conquistada ao Tejo a partir do século XVII, tendo aí existido a Praia do Restelo, mesmo junto aos Jerónimos. A configuração actual da zona data de 1940 e da referida EXPO, a que se acrescentou em 1992 o Centro Cultural de Belém.
Em Belém este espaço sofre uma descontinuidade importante com a linha dos combóios para Cascais, com as avenidas da India e de Brasília e um tráfego rodoviário intenso, que travam a expansão até ao rio. Uma próxima intervenção de fundo na zona deveria passar pelo desnivelamento destas vias para o subsolo.
Fotografias e palavras de LMC - 2006
Estes cavalos sempre figuraram no meu imaginário de Belém, aos Domingos de manhã, mãos dadas com o meu Pai. E na altura havia patos, que fazem falta, por emprestarem uma maior humanização à paisagem.
Toda a zona onde se construiu o jardim foi conquistada ao Tejo a partir do século XVII, tendo aí existido a Praia do Restelo, mesmo junto aos Jerónimos. A configuração actual da zona data de 1940 e da referida EXPO, a que se acrescentou em 1992 o Centro Cultural de Belém.
Em Belém este espaço sofre uma descontinuidade importante com a linha dos combóios para Cascais, com as avenidas da India e de Brasília e um tráfego rodoviário intenso, que travam a expansão até ao rio. Uma próxima intervenção de fundo na zona deveria passar pelo desnivelamento destas vias para o subsolo.
Fotografias e palavras de LMC - 2006
sexta-feira, maio 19, 2006
LUA SOBRE O TEJO
quinta-feira, maio 18, 2006
CIDADE ATLÂNTICA
Lisboa é mais cidade junto ao Tejo. Nas tuas águas reflecte-se a luz que a torna única. Grande cidade do Atlântico Oriental. O porto da aventura marítima portuguesa, que hoje parece adormecida.
Este Tejo salgado de Atlântico é a alma desta cidade de Lisboa, cidade porto que lhe deu origem e vida e razão de ser. Junto ao Mar.
Fotos e texto de LMC - 2006
Este Tejo salgado de Atlântico é a alma desta cidade de Lisboa, cidade porto que lhe deu origem e vida e razão de ser. Junto ao Mar.
Fotos e texto de LMC - 2006
quarta-feira, maio 17, 2006
MUNDO PORTUGUÊS
Aqui ficava a Praia do Restelo, último abrigo das Armadas antes de se fazerem à barra do Tejo em busca do Mundo.
O Mundo retribuiu-lhe descobrindo-se e agradecendo. Em 1960 a África do Sul ofereceu este mapa lindíssimo em homenagem.
O que estamos à espera para redescobrir o MAR?
Palavras e fotografia de Luís Miguel Correia - 2006
terça-feira, maio 09, 2006
GAROTA DA JUNQUEIRA
O Vinícius que me desculpe
Por lhe sentir Ipanema
Aqui em Lisboa
Na graciosidade de uma Miúda
Deslizando à Beira do Rio...
São sempre a coisa mais linda
E o Tejo deságua na Guanabara
E junto à margem de qualquer rio
Do nosso coração
A graciosidade de uma Menina
A pele morena
O azul e o branco
A enlaçar o rosa
Que viver e amar
É qualquer coisa maravilhosa
Fotografia e palavras de LMC - 2006
Por lhe sentir Ipanema
Aqui em Lisboa
Na graciosidade de uma Miúda
Deslizando à Beira do Rio...
São sempre a coisa mais linda
E o Tejo deságua na Guanabara
E junto à margem de qualquer rio
Do nosso coração
A graciosidade de uma Menina
A pele morena
O azul e o branco
A enlaçar o rosa
Que viver e amar
É qualquer coisa maravilhosa
Fotografia e palavras de LMC - 2006
sexta-feira, maio 05, 2006
CALÇADA PORTUGUESA
Ondas de antigas vocações marítimas passadas reflectidas na calçada junto ao Padrão dos Descobrimentos: duas perspectivas, uma multinacional, a outra turística.
E por baixo das ondas de pedra inscritas no chão ali em Belém, a memória de um passado que daqui se expandiu pelo Mundo. No aterro onde em 1960 se reconstruiu o Padrão de 1940 da Exposição do Mundo Português, existiu a baía do Restelo, último abrigo para as nossas frotas dos Descobrimentos que normalmente aqui aguardavam ventos favoráveis para sair barra fora rumo ao Atlântico em busca dos mundos desconhecidos.
Texto e fotografias de Luís Miguel Correia - 2006
E por baixo das ondas de pedra inscritas no chão ali em Belém, a memória de um passado que daqui se expandiu pelo Mundo. No aterro onde em 1960 se reconstruiu o Padrão de 1940 da Exposição do Mundo Português, existiu a baía do Restelo, último abrigo para as nossas frotas dos Descobrimentos que normalmente aqui aguardavam ventos favoráveis para sair barra fora rumo ao Atlântico em busca dos mundos desconhecidos.
Texto e fotografias de Luís Miguel Correia - 2006
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