quarta-feira, outubro 11, 2006

ANIMAIS E CIDADE

Nestes dias de Outono suave, percorro as ruas da cidade e comove-me ver como algumas pessoas tratam os animais.
Bem, com uma manifesta dedicação fraterna.
A cidade sempre foi referida pelos cronistas quanto aos seus animais nas situações mais variadas ao longo dos tempos. (Hoje, por exemplo, os únicos suínos a circular livremente em Lisboa são arraçados de "homo sapiens" de tal forma que só lhes reconhecemos a origem de porquinhos por pequenos actos irreflectidos, como abrir a janela da viatura em andamento e renovar a prática de "lá vai água" de antigamente, atirando para a via o seu lixo, desde o maço de cigarros ao encantador guardanapo de papel ou "kleenex". Não gosto destes animais, desculpem.)
A cidade move-se em passo apressado de hora de ponta. Sentados no chão a mendigar, uma mulher jovem, provável emigrada do Leste, com um cãozinho. Na mulher, o sorriso simpático e simples de quem vive sem esperar mais do que o dia seguinte. No rafeirinho, a expressão cúmplice de felicidade canina...
A circular próxima, uma outra jovem, o copo de plástico a recolher moedinhas: encenação de liberdade salpicada de pobreza, ou duas meninas e um cão, uma história da cidade de Lisboa. Com fotografia.
Fotografia e observação citadina de Luís Miguel Correia - 2006

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