quarta-feira, julho 08, 2009

CICLOVIA EM SANTOS



Avançam as obras da ciclovia entre o Cais do Sodré e a Torre de Belém, havendo já utilizadores experimentais em Santos, como na imagem que registámos na manhã de 8 de Julho de 2009.
Ao fundo a antiga grua Mague sobrevivente do estaleiro de construção naval da LISNAVE ROCHA, cujas carreiras já foram destruídas.
Texto e fotos de / text and images copyright L.M.Correia. For other posts and images, check our archive at the right column of the main page. Click on the photos to see them enlarged. Thanks for your visit and comments. Luís Miguel Correia

6 comentários:

Alexandre Correia disse...

Na lógica tão defendida pelos nossos políticos, especialmente os que têm ambições na Câmara Municipal de Lisboa, de "devolver o Tejo aos lisboetas", reconheço que a criação de uma ciclovia desde o Cais do Sodré até à Torre de Belém é uma boa ideia. Já fazer o mesmo pelo meio da cidade, como está a ser implementado pelo actual executivo camarário (para ligar o parque florestal de Monsanto à zona oriental de Lisboa, na Expo) acho absurdo e perigoso, mas acima de tudo desnecessário e demasiado caro para ser aceitável, sobretudo quando há outras questões que deviam ser prioritárias para o dinheiro que está ali a ser gasto. Digo gasto, não investido, propositadamente, pois é inadequado incentivar as pedaladas a respirar a poluição da cidade, para já não falar no perigo que é cruzar avenidas com trânsito e o risco do atropelamento de peões na ciclovia citadina. É que ainda não vi nenhuma "bicla" a andar na faixa ocre, mas sim muitos peões a passear, ou simplesmente a circular. Lembrem-se disto a meio de Outubro...

Carlos Henriques disse...

Relativamente à Ciclovia quando, pelo que percebi, pretendem construir pontes por cima das docas fechando ainda mais o acesso ao rio às embarcações náuticas, acho ridículo, quando os Clubes centenários não têm condições para a prática do Remo e da Vela pois o acesso é exíguo, inadequado e perigoso. Principalmente devíamos aproximar o rio das pessoas e é interagindo com ele que conseguimos esse propósito. Não é organizando Concertos e Bebedeiras que preservamos o Tejo e se a Ciclovia vier condicionar ainda mais a prática desportiva náutica então não é bem vinda na minha opinião de Remador, Velejador e de Lisboeta...

LUIS MIGUEL CORREIA disse...

Sempre andei de bicicleta pelos cais sem necessidade de ciclóvias, acho que se exagera nas mariquices associadas aos formalismos politicamente correctos do presente. Retalhar a Cidade com passadeiras avermelhadas de alcatrão só para ciclistas, enfim, numa geografia como a de Lisboa, parece-me demagogia...

LUIS MIGUEL CORREIA disse...

Carlos Henriques,

O traçado da ciclóvia da APL passa ao lado das docas de Alcântara, Santo Amaro, Belém e Bom Sucesso, não se vão fazer as tais pontes de que também cheguei a ouvir falar... Do mal o menos...

Carlos Henriques disse...

Luis,

Essa também é a minha opinião, sempre andei de bicicleta no Porto de Lisboa, inclusivé seguíamos as provas de remo com elas e nunca houve problemas nem necessidade de delimitar o espaço. A ciclovia de Cascais, por exemplo é mais utilizada por pessoas a caminhar do que a andar de bicicleta...

guerradossantos@gmail.com disse...

Tive oportunidade, na passada sexta-feira, de pedalar na - ainda em fase de obra - ciclovia até Belém, acedendo ao convite de 3 amigas Finlandesas de férias em Lisboa, que queriam visitar a Torre de Belém e ver o Rio, de uma forma que lhes é habitual no país delas: de bicicleta.

Confesso que achei, ao início, desnecessário gastar-se 600 mil euros numa ciclovia de lazer, que em pouco iria beneficiar os utilizadores diários de bicicleta em Lisboa (por sinal em cada vez maior número), que pedalam pelo centro da cidade.

Pensei, mas enganei-me. A minha ignorância (ou o estranho hábito de falar daquilo que não sei ou ignoro) levou-me mais uma vez a falar sem conhecimento de causa. Depois de ter visto o projecto, e a obra no terreno, depois de ter visto que em determinados troços colocaram a ciclovia em "estrada", depois de a percorrer (mesmo ainda em obra), depois de ouvir a opinião de 3 especialistas (que andam diariamente de bici no seu país) apercebi-me que ainda existe algo em abundância por cá: a ignorância dos que falam daquilo que não sabem.

Diariamente me convenço mais do potencial ciclável de uma cidade 70% plana ou com inclinações suaves, com um dos melhores climas da Europa, com um tráfego reduzido quando comparado com outras capitais (muitas delas cicláveis).

Percebe-se, quando se lê um post, se determinada pessoa sabe do que está a falar, ou se é um ignorante. Percebe-se se essa pessoa já utilizou ou não, com regularidade, a bicicleta como meio de transporte, seja em Lisboa, ou noutra qualquer cidade do mundo.

Este foi o maior obstáculo que tive de ultrapassar quando comecei o projecto dos "100 dias de bicicleta em Lisboa" : a ignorância de todos os que me rodeavam, desde familiares, amigos, colegas e alunos.

No início faziam afirmações do tipo "as colinas", ou "o tráfego" ou o "o clima". Agora, apercebendo-se que tinham sido invadidos pela ignorância, já não fazem afirmações, mas sim perguntas: "Afinal, Lisboa sempre são 7 colinas, ou não?"

Cumprimentos,
Paulo Guerra dos Santos