Dois cavalos com os seus respectivos Reis cavalgam sem parar pela Baixa Pombalina de Lisboa.
Por mais que se esforcem, não saiem do mesmo sítio.
Cada um domina a sua Praça e o imaginário de histórias passadas. Os paradoxos não se ficam por aqui, pois o Rei mais antigo chegou por último.
O mais moderno é o mais antigo: O cavalo da Praça do Comércio com o Rei D. José I é criação de Machado de Castro e foi inaugurado em 27 de Maio de 1775.
Já o seu congénere da Praça da Figueira, com El Rei D. João I, só lá está desde 1971 e foi executado por Leopoldo de Almeida.
Enfim, ser Rei a cavalo na Baixa Pombalina de Lisboa não é privilégio para uma qualquer cabeça coroada, sendo requisito aparente que as respectivas graças se iníciem por J.
Curiosamente, quando chegou à Figueira em 1971, o Mestre de Aviz - coroado Rei em 1384, quedou-se pelo centro da dita Praça. O rearranjo do local associado à construção de um estacionamento subterrâneo recolocou D. João I mais a poente, orientado no eixo da rua da Prata. Uma das muitas intervenções de um outro João, republicano e laico, de apelido Soares, quando Alcaide de Lisboa.
Fotografias e texto de Luís Miguel Correia - 2006
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